Opinião

CADA TERRA SUA LENDA – Manuel de Macedo Tavares:

Por muito; que alguém não entenda
Cada Terra tem a sua lenda:
E a nossa não foge à regra=
A lenda do Rio Douro, ajuda um bocadinho.
Quando os barcos da Régua faziam o transporte do Vinho.
E se cruzavam com os barcos da esquadra negra,.
A esquadra negra que eram os barcos do Pejão.
Que transportavam para o Porto o negro carvão:
Descido das criavas, para o carregamento por canal.
O vinho do Porto (douro), era considerado uma riqueza
Juntamente com o carvão da nossa Empresa.
Fizeram enriquecer Portugal
Lembrando a história dos barqueiros.
Que foram uns autênticos guerreiros
Içavam as velas dos barcos no ar
Isso era, só, quando havia vento norte
Quantas vezes, não lhe sorria a sorte.
Saltavam para as margens e com as cordas puxavam o barco alar.
Muitas vezes, se cruzavam velas negras com brancas.
Haviam dias, que erram tantas e tantas.
Para descanso dos barqueiros
Nos dias que se içava a bela.
O que mais trabalho tinha, era o Arrais que governava a espadela.
Para que o barco não encalhasse nos galheiros.
Os areais serviam de estaleiros
Horas a fio ouviam-se o barulho dos tanoeiros
Para fazerem o conserto e tapar onde houvesse fenda fenda.
Tudo isto são recortes da nossa história.
Coisas que ficaram na nossa memória.
Cada Terra tem a sua lenda.
Memórias que não esqueço mais
Ou não fosse eu, neto de um barqueiro Arrais.
Que doou parte da sua vida a esta embarcação.
E na realidade, o seu nome era Agostinho:
Não trabalhou nos barcos dos transportes do vinho:
Mas sim; mais de quarenta anos na esquadra negra do Pejão.
Poetas e trovadores
E outros grandes historiadores
Não deixem morrer a nossa história
E mesmo para quem não entenda.
Cada terra tem a sua lenda.
A nossa é verídica, e de boa memória.
14-12-2022
Autor-Manuel de Macedo Tavares:

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